A torcida é intensa e recíproca. Raoni Carneiro se enche de orgulho ao ver Agenor, personagem de Fiuk em “Aquele beijo”, crescer na trama. Já Fiuk espera que Sebastião, vivido por Raoni na novela das 19h, ganhe cada vez mais destaque em cena. O motivo vai além da crescente amizade entre os dois. Raoni e sua banda, Trupe, cantam “Amor perfeito”, música que embala o romance de Agenor e Belezinha (Bruna Marquezine). E Fiuk é o responsável por “Quero toda noite”, tema de Sebastião. A coincidência pegou os dois de surpresa.
— Quando eu soube, falei para o Fiuk: “Bomba aí!”. E ele me disse: “Bomba aí, você também!”. Tornou-se uma brincadeira
saudável entre nós — diz Raoni, acrescentando que o fato gerou uma cumplicidade imediata entre eles.
Um clássico na voz de Roberto Carlos, “Amor perfeito” foi regravada pelo ator especialmente para a história escrita por Miguel Falabella. A canção também integra o segundo CD da Trupe, intitulado “Na volta que o mundo dá”.
— É interessante porque nos shows só preciso cantar os primeiros versos. O resto o público canta sozinho — conta Raoni.
Já em “Quero toda noite”, que integra o seu primeiro álbum solo, “Sou eu”, Fiuk faz uma parceria com Jorge Ben Jor.
— A ideia era que a música estivesse na novela, mas não sabia se aconteceria. É muito satisfatório ver que todo mundo sabe
a letra — orgulha- se Fiuk.
Diretora-geral de “Aquele beijo”, Cininha de Paula revela que a brincadeira foi uma proposta de Roberto Talma, o diretor de
núcleo do folhetim.
— A gente escolheu as músicas, que falam de amor. E como não queria que eles interpretassem as músicas de seus próprios
personagens, fizemos essa troca — explica ela.
Tanto para Fiuk como para Raoni, o maior desafio tem sido exatamente conciliar as gravações com os eventos e shows pelo
país. Fiuk revela que vale tudo para colocar o sono em dia: ele já tirou cochilos no chão e adormeceu muitas vezes em bancos de madeira. Mas, embora reconheça que sua rotina venha sendo “uma correria full-time”, ele garante que não quer outra vida.
— Na boa, eu tô batalhando desde os 11 anos que nem um maluco por isso. Sentir o reconhecimento só dá mais gás para
continuar — afirma o ator, de 21 anos.
Ele conta que, quando está a fim de relaxar e se desligar do trabalho, pratica o drift, uma técnica de direção de carros que consiste em deslizar em alta velocidade nas curvas, mantendo as rodas dianteiras do automóvel na direção oposta. Difícil, não?
— Eu não gosto de nenhum esporte, mas descobri o drift, que é algo que quero fazer para o resto da vida. É uma válvula de
escape — descreve.
Aos 30 anos, Raoni, além de atuar e cantar, ainda exerce o papel de pai da pequena Luisa, de 2 anos, sua filha com a atriz Fernanda Rodrigues.
— Graças a Deus, ela é ótima e não dá trabalho. Mas confesso que me viro em mil. Na semana passada, tive show domingo à
noite, em São Paulo, e gravei na segunda de manhã, no Rio. Acho que o pior é o sono atrasado — diz Raoni, que também
produz e dirige peças de teatro, entre elas, “Fica frio” e “Aonde está você agora”, as duas viajando pelo país: — Minha vida
artística está intensa. Mas saí de Itapetininga (em São Paulo) para isso e não é agora que vou reclamar. Sou assim, corro atrás. E vi que tem muita gente que é como eu, como o próprio Falabella.
A entrada de Raoni em “Aquele beijo” não foi nada simples. Mesmo já tendo trabalhado com o autor em “Negócio da China” e “A vida alheia”, o ator precisou passar por uma bateria de testes, até ser finalmente aprovado como Sebastião. E, segundo ele, o esforço vem compensando: com seu estilo bon vivant, o filho de Brites (Maria Vieira) se tornou bastante popular entre o público.
— Na rua, as pessoas dizem que já se sentem amigas dele. Outro dia, me pediram até dinheiro emprestado — diverte-se Raoni.
Na trama, Sebastião acaba de ganhar uma fortuna na loteria. Mas, como parte do dinheiro do bilhete veio de Raíssa (Maria Maya), a grana terá que ser dividida. Por conta disso, os dois já começaram uma relação de amor e ódio.
— Espero que ele não se deixe afetar pelo dinheiro, mas não sei se saberá lidar com essa nova vida. Ele vai fazer de tudo para conseguir a outra metade — adianta.
Fiuk, por sua vez, explica que recebeu um convite para a trama das sete. Após a sua estreia em “Malhação ID” e o seriado “Tal pai, tal filho”, em que atuou ao lado do pai, o cantor Fábio Jr., o rapaz se aventura em sua primeira novela. E diz que ainda fica tenso ao se ver na tela.
— Eu nunca acho que está bom, sou muito crítico. Mas o lance é esse mesmo, é querer sempre aprender — ensina.
Mulherengo como o pai, Felizardo (Diogo Vilela), o preguiçoso e agora acompanhante de mulheres Agenor vive dividido entre a sexy Brigite (Juliana Didone), assistente da Comprare, e a inocente Belezinha. Com quem ele fica? O ator jura que não sabe.
— Eu quero que ele seja feliz — despista.
Diante de dois intérpretes em dupla jornada de trabalho, Cininha distribui elogios:
— Como Fiuk faz o irmão da Maria, que é minha filha, tenho uma relação maternal com ele. E o Raoni é um ator que adoro. Somos uma família — afirma a diretora.
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