Entrevista que, convenhamos, demorou um pouco para acontecer. Por conta das remarcações, desencontros e de pequenos avisos – “o Fiuk não funciona direito pela manhã” e “é melhor não falar muito de vida pessoal”, –, quando o Gaz+ finalmente conseguiu conversar de fato com o rapaz, a impressão é de que ele estaria dando uma de “estrela”. Já nos primeiros minutos de conversa, entretanto, este repórter mudou completamente de opinião. De fala mansa, Fiuk é simpático, bastante seguro e está muito animado com sua carreira até agora – e com as projeções para o futuro.
“É tudo um sonho”, define, ao ser questionado sobre o novo disco, no qual fez questão de participar de forma integral. Por isso, além de cantar as 11 faixas, Fiuk gravou também os arranjos de todas as músicas e ainda arriscou algumas composições. O resultado é um trabalho bastante fiel a tudo que o cantor fez em sua carreira até agora.
Participações especiais
Para deixar o trabalho ainda mais especial, principalmente para ele, como frisa Fiuk, o jovem conseguiu algumas parcerias de peso no álbum. Wilson Sideral e Thiaguinho, do Exaltasamba, assinam algumas composições e até mesmo o pai do garoto, Fábio Jr., fez uma participação em uma das faixas. Ou melhor, quase. “Na verdade eu estava em casa compondo com um amigo, meu pai chegou e quis ver o que era. Eu tinha feito só o primeiro verso, ele foi lá, escreveu mais dois e falou ‘termina aí agora’, conta Fiuk, aos risos, completando: “meu pai é meu pai, né?”.
A participação mais importante do disco, entretanto, é de ninguém menos que Jorge Ben Jor, que divide os vocais com Fiuk na faixa “Quero Toda Noite”. “Cara, foi uma loucura”, tenta definir o cantor ao comentar a parceria com o mestre do samba-rock. “Eu tinha acabado de gravar o vocal dessa música e estava conversando com o Dudu [Borges, produtor do CD] que ela tinha a cara do Jorge Ben. Aí surgiu a ideia de chamar ele, mas nunca imaginei que daria certo. Foi surreal”.
Curitiba insana
É fato que todos os artistas dizem isso quando estão falando sobre alguma cidade, mas Curitiba parece ter realmente um espaço guardado com carinho na memória de Fiuk. Logo no começo do bate-papo ele já soltou: foi por aqui que rolou o show “mais insano da história da Hori”. Por isso, quem está aguardando ansiosamente para revê-lo em terras curitibanas, pode ficar tranquilo. “Eu vou voltar sim, escreve aí, pode ter certeza!”. É só aguardar.
Resenha
Um pegada mais romântica
Convenhamos: a banda Hori sempre foi Fiuk. Foi por conta do carisma do cantor – e da grande estratégia de marketing em cima dele – que o grupo fez sucesso entre adolescentes de todo Brasil e emplacou alguns hits nas paradas. Por isso, quem está preocupado que o primeiro disco solo de Fiuk talvez dite novos rumos à carreira do jovem, pode ficar tranquilo. O trabalho segue basicamente a mesma linha de antes.
A diferença é uma pegada um pouco mais romântica. A começar pelo primeiro single, “Sou Eu”, uma balada sobre o fim de um relacionamento. O amor também aparece como tema em várias outras faixas, como “Foi Preciso Você”, “Sempre Mais” e “Amar Alguém”.
Em “Cada Um Na Sua”, canção que abre o disco, Fiuk dá um recado para quem critica sua carreira já nos primeiros versos: “Eu vou dar um ponto de audiência/ Para quem não gosta de mim”. E, para encerrar o álbum, escolheu regravar uma música da Hori que é especial para ele: “Linda Tão Linda”. “Foi com essa música que eu fiz sucesso, colocá-la no CD foi uma forma de homenageá-la", explica.
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